quarta-feira, 18 de abril de 2012

Jogos de Oposição


Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998; 2001) tratam os conteúdos dança, jogos, ginástica, esporte e lutas como uma representação corporal das diversas culturas humanas que tenham como característica o lúdico. Partindo deste entendimento, as lutas devem ser trabalhadas como estratégias metodológicas que não visem apenas à técnica pela técnica, mas sim que a criança possa vivenciar os aspectos corporais das lutas de uma maneira que lhes proporcione prazer e respeite suas características de crescimento, pois o organismo humano é um laboratório biológico em constante transformação, transformações estas que são úteis a vida e as adaptações ao mundo externo.
    As lutas assim como os demais conteúdos da educação física, devem ser abordadas na escola de forma reflexiva, direcionada a propósitos mais abrangentes do que somente desenvolver capacidades e potencialidades físicas.
    Esquecemos muitas vezes é que as lutas não se resumem apenas a técnicas, elas também ensinam aos seus praticantes a disciplina, valores tais como respeito, cidadania e ainda buscam o autocontrole emocional, o entendimento da história da humanidade, a filosofia que geralmente acompanha sua prática e acima de tudo, o mais importante, que é respeito pelo seu próximo.
    Os Jogos de Oposição têm como identidade as mesmas características dos esportes de combate praticados desde o início das civilizações (OLIVEIRA e DOS SANTOS, 2006). Alguns desses Jogos continuaram ao longo do tempo sendo utilizados de forma simples e com características da cultura local, já outros adquiriram uma forma institucionalizada tornando-se esportes e Lutas das quais hoje conhecemos.
    Os Jogos de Oposição aqui abordados tem como característica o ato de confrontação que acontece entre duplas, trios ou até mesmo em grupos. Seus objetivos são vencer o adversário, impor-se fisicamente ao outro, respeito às regras e acima de tudo assegurar a segurança do colega durante as atividades.
    Durante a vivencia dos jogos a criança estará sendo estimulada a trabalhar os aspectos cognitivo, sócio-afetivo e motor. Desta forma a atividade visa contribuir para o desenvolvimento integral do aluno.
  • Recursos motores: assegurar um bom desenvolvimento da postura e base, controle do equilíbrio, coordenação dos movimentos, tirar, empurrar, apreender, levar, tocar, arrastar, evitar, levantar, imobilizar, voltar.
  • Cognitivos: elaborar estratégias, construir e apropriar-se das regras de funcionamento, avaliar, decidir, observar, reconhecer, comparar.
  • Sócio-afetivo: dominar as suas emoções, canalizar a sua agressividade, respeitar as regras, aceitar a derrota, respeitar o outro.
    Dentre a classificação dos Jogos de Oposição podemos classificá-los em três grandes grupos:


1. Jogos que aproximam os combatentes: Estes jogos são procedentes dos esportes de combate que mantém contato direto (corpo a corpo), os quais consistem em tirar, empurrar, desequilibrar, projetar e imobilizar. Entre estes Jogos de Oposição podemos citar o Judô, Luta olímpica, Jiu-Jitsu, sumô etc.

2. Jogos que mantêm o adversário á distancia: estes jogos têm como característica não manter contato direto com seu adversário, este contato só se da no momento da aplicação de uma técnica. Os exemplos que podemos destacar são o Karatê, Boxe, Muay Thay, taekwondo.

3. Jogos que utilizam um instrumento mediador: Esgrima e Kendo.
    Dentre as várias possibilidades pedagógicas e metodológicas, uma delas consistiria em manter um dos alunos em quadrupedia (posição de base) e seu oponente (posição de controle) tentaria desestabilizá-lo. O vencedor seria o que dentro de um tempo estipulado tirasse o equilíbrio de seu oponente ou o que conseguisse manter em equilíbrio até o final do tempo estipulado.
    Essa metodologia é uma ótima estratégia para firmar valores éticos, como o respeito às regras da competição, treinar e aprimorar capacidades físicas e refinar habilidades motoras. Com isso, o professor de Educação Física Escolar que não tivesse em seu passado um histórico em lutas poderia perfeitamente desenvolver um conteúdo com amplos objetivos pedagógicos, o que sem dúvida poderia estimular os alunos a prática de uma luta especializada.
    Durante a aplicação dos Jogos de Oposição precisamos levar em consideração alguns critérios de segurança para que não ocorram acidentes. Sendo assim devemos propor espaços delimitados que ofereçam segurança para a criança; tempos de jogo limitados e curtos (30 sec, 1min, 1min30) com sinal de início e fim de jogo; durante o jogo não utilizar jóias ou qualquer objeto que possa ferir; retirar os sapatos (quando necessário); estabelecer com os alunos as regras de segurança que conduzem a atividade; fazer um aquecimento específico que recorra à ações elementares da oposição: tirar, levar, cair, rolar etc.
    No quadro abaixo segue alguns exemplos de Jogos de Oposição.








Special Judo Fitness Test


                 Special Judo Fitness Test
    Sterkowicz (1997, citado por FRANCHINI, 2001 e FRANCHINI e colaboradores, 2001) propôs um teste específico para o judô de caráter intermitente, com a utilização da técnica ippon-seoinaguê.
    O teste segue o seguinte protocolo: dois judocas (ukes) de estatura e massa corporal semelhante (mesma categoria) à do executante são posicionados a seis metros de distância um do outro, enquanto o executante do teste (tori) fica a três metros de distância dos judocas que serão arremessados. O teste é dividido em três períodos: 15s (A), 30s (B) e 30s (C), com intervalos de 10s entre os mesmos (FRANCHINI, 2001 e FRANCHINI e colaboradores, 2001).
    Durante cada um dos períodos, o executante arremessa os parceiros, utilizando a técnica ippon-seoi-naguê o maior número de vezes possível. Imediatamente após e 1 minuto após o final do teste é verificada a freqüência cardíaca do atleta. Os arremessos são somados e o índice abaixo é calculado (FRANCHINI, 2001 e FRANCHINI e colaboradores, 2001): 
    Quanto melhor o desempenho no teste, menor o valor do índice (FRANCHINI, 2001 e FRANCHINI e colaboradores, 2001).
    




domingo, 15 de abril de 2012

PLANO DE AULA - JOGOS DE OPOSIÇÃO


- Rapidez e atenção

Formar dois grupos, com o mesmo numero de alunos. No final da sala colocar algum objeto da aula, uma faixa ou bolsa. Os alunos vão ficar de costas para o objeto, em duas ou mais filas. O professor falará uma conta básica de mais ou menos, se o resultado for impar o ultimo deve correr para frente da fila e sair rastejando por debaixo das pernas dos alunos na fila, se o numero for par o primeiro deve rastejar de costas para o chão, o primeiro que chegar e pegar o objeto marca ponto para a equipe.


- Reter e Mobilizar

Em duplas, um fica decúbito ventral o outro ajoelhado ao lado. Objetivo de quem estiver deitado é pesar e não deixar ser virado, utilizando o quadril e as pernas. Objetivo de quem esta ajoelhada é colocar o oponente de costas no chão. Após conseguir inverte a posição.


- Desequilibrio

Em duplas, os alunos devem estar na base, ao sinal do professor eles devem tentar projetar o outro aluno ao chão, mas com algumas dificuldades, não poderá usar mais do que um braço. Ao sinal troca-se a base.


- Conquista de objeto

 Em duplas, os alunos devem ficar decúbito ventral. No final da sala o professor vai deixar uma bola ou outro objeto de porte grande. Ao sinal, eles devem correr até o objeto, o primeiro que chegar deve segurar a bola e voltar ao mesmo ponto que saiu, o segundo deve impedir que ele retorne tentando pegar o objeto. Não vale técnicas de torções ou estrangulamentos.


- conquista de território

O professor deve preparar uma área com 2 x 2 metros. Dois alunos devem entrar no círculo, ao sinal do professor eles devem tentar tirar o outro de dentro da área, mas não poderá utilizar técnicas de projeção e nem as pernas. 





JUDÔ



Antes de falar do Judo, irei falar de Jigoro Kano. Nasceu em 28 de outubro de 1860 na cidade de  Hyogo no Japão. Foi contra seus pais que queriam que ele seguisse uma carreira de diplomata ou política, escolheu o magistério. Em 1871 com 11 anos de idade foi mandado para Tóquio para estudar inglês.
Com 16 anos começou a praticar diversos esportes, mas como pesava 48 kg e media 1,50 metros não teve sucesso nos esportes que praticou, sem falar nas brigas que sempre levava a pior. Foi então que começou a estudar e praticar o Jujutsu através do mestre Teinosuke Yagi. 






Judô

Em 1882 Jigoro Kano inaugurou sua primeira escola, Kodokan. Era localizada em um templo budista, era pequena, mas foi ali que se começou a treinar o judô praticado na atualidade.


“Eu estudei jujutsu não somente porque o achei interessante, mas também, porque compreendi que seria o meio mais eficaz para a educação do físico e do espírito. Porém, era necessário aprimorar o velho jujutsu, para torná-lo acessível a todos, modificar seus objetivos que não eram voltados para a educação física ou para a moral, nem muito menos para a cultura intelectual. Por outro lado, como as escolas de jujutsu apesar de suas qualidades tinham muitos defeitos - concluí que era necessário reformular o jujutsu mesmo como arte de combate"




 Com milhares de praticantes e federações espalhados pelo mundo, o Judô se tornou um dos esportes mais praticados, representando um nicho de mercado fiel e bem definido. Não restringindo seus adeptos a homens com vigor físico, e estendendo seus ensinamentos para mulheres, crianças e idosos, o judô teve um aumento significativo no número de amantes desta nobre arte.
O Judô tem como filosofia integrar corpo e mente. Sua técnica utiliza os músculos e a velocidade de raciocínio para dominar o oponente. Palavras ditas por Mestre Kano para definir a luta: "arte em que se usa ao máximo a força física e espiritual". A vitória, ainda segundo seu mestre fundador, representa um fortalecimento espiritual. Nas academias, procura-se passar algo mais além da luta, do contato físico. Para tornar-se um bom lutador, antes de tudo, é preciso ser um grande ser humano.
Através de Eisei Maeda, por volta de 1922, o Judô surge no Brasil. O Conde de Koma, como também era conhecido, fez sua primeira apresentação no país em Porto Alegre. Partiu para as demonstrações pelos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, transferindo-se depois para o Pará, onde popularizou seus conhecimentos da nobre arte. Outros mestres também faziam exibições e aceitavam desafios em locais públicos. Mas foi um início difícil para um esporte que viria a se tornar tão difundido.
Um fator decisivo na escalada do Judô foi a chegada ao país de grupo de nipônicos em 1938. Tinham como líder o professor Riuzo Ogawa e fundaram a Academia Ogawa, com o objetivo de aprimorar a cultura física, moral e espiritual, através do esporte do quimono. Daí por diante disseminaram-se a cultura e os ensinamentos do Mestre Jigoro Kano e em 18/03/1969 era fundada a Confederação Brasileira de Judô, sendo reconhecida por decreto em 1972. Hoje em dia é ensinado em academias e clubes e reconhecido como um esporte saudável que não está relacionado à violência.
Esporte Olímpico de grande prestígio e muito disputado, tem no Brasil um "celeiro" de bons lutadores, fazendo o país ser reconhecido e admirado internacionalmente, inclusive no Japão. Por ser um esporte de triunfos nacionais, tem "sua marca" associada ao sucesso.





Fonte: CBJ (confederação brasileira de judô).